1969 - Fundação da Associação Européia de Livre Comércio
Assinatura do acordo em Estocolmo
Quase não se fala mais na Associação Européia de Livre Comércio (AELC). Também conhecida através da sigla inglesa EFTA, ela desempenha um papel praticamente insignificante em comparação à sua grande irmã, a União Européia.
Hoje apenas quatro países fazem parte desta pequena comunidade econômica: as fundadoras Noruega e Suíça, assim como Islândia e Liechtenstein.
Em 1960, eram sete os países que se juntaram na AELC: Suécia, Dinamarca, Áustria, Portugal, Reino Unido, Suíça e Noruega. Wolfgang Veit, professor de economia na Escola Superior Técnica de Colônia, relembra a época da fundação:
"Fazendo um balanço histórico, constata-se que a AELC teve papel próprio como instrumento de poder no setor da política mercantil. Pois países desejosos de intervir isoladamente na política mercantil não dispõem de suficiente força de persuasão. Por isso, a AELC tem de ser compreendida como uma concepção alternativa à CEE de então, buscando criar um fórum próprio, a fim de dar aos seus países membros um papel mais importante nas discussões da política mercantil dos anos 60 e 70."
Mas o segundo espaço econômico europeu não conseguiu assegurar-se um papel permanente de importância no processo de integração da Europa. Como associação de países em sua maioria neutros, a AELC não visava nenhum tipo de integração política que ultrapassasse as relações econômicas. Desde o início, foi esta a sua principal diferença em relação à União Européia. O objetivo principal da AELC é o fomento do comércio mundial e o desenvolvimento de um mercado que abranja toda a Europa. As barreiras comerciais devem ser eliminadas.
Trampolim para a UE
Ao contrário da UE, as transações comerciais entre os países da AELC foram de pequeno volume desde o início. E o tipo de associação, sem grandes compromissos, facilitou a diversos países a transferência para a União Européia.
Quando todo o processo de integração européia acelerou-se, nos anos 80, o ritmo das transformações já era determinado há muito pela UE. A Europa preparava o grande mercado interno. À AELC não restou outra alternativa senão a de adaptar-se ao processo. Durante uma conferência da UE e da AELC em Berlim, em 1988, o político social-democrata alemão Hans-Jochen Vogel comentou a evolução do processo de integração européia:
"É evidente que o dinamismo do processo parte da UE e os países da AELC adaptaram-se inteiramente a isto. Alguns já começaram a ajustar as suas próprias regulamentações e normais legais às da UE."
Já então, o flerte entre a AELC e a União Européia se tinha transformado em dependência. As regulamentações comuns fixadas através de tratados eliminavam cada vez mais as diferenças econômicas entre os dois blocos. Leis e normas foram equiparadas. E a diferença decisiva, a de que os países da AELC mantinham a sua completa soberania política, começou a ser um fator negativo, em face da alta aceitação e do direito de participação da UE a nível econômico e político mundial.
Participação no mercado mundial
Sobre a importância atual da AELC, em comparação à União Européia, o professor Wolfgang Veit é incisivo:
"A vantagem da UE para os seus países-membros, em relação à AELC, resulta do fato de ela ser um grupo comercial com grande quota de participação no mercado mundial. Isto é: o que a UE afirma é importante para as outras potências do comércio mundial. O que a AELC declara não é importante. Isso significa também que é mais fácil impor as suas próprias metas como participante da UE. Como membro da AELC, isso é mais difícil."
Barbara Fischer (am) © 2006 Deutsche Welle
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