sábado, fevereiro 17, 2007

Universidade de Berlim homenageia "aluno rejeitado"

Universidade Humboldt de Berlim concede título de doutor honoris causa ao papa da crítica literária alemã, Marcel Reich-Ranicki, cuja matrícula rejeitara durante a Segunda Guerra Mundial.



Pela primeira vez nos últimos 69 anos, Marcel Reich-Ranicki pôs os pés na Universidade Humboldt de Berlim, nesta sexta-feira (16/02). Ele foi homenageado com o título de doutor honoris causa pela instituição que, em 1938, recusou sua matrícula por ser judeu.
"Aquela rejeição é irreparável", disse o reitor da universidade, Christoph Markschies. Ele falou da responsabilidade de "uma instituição que se entregou sem escrúpulos a duas ditaduras" [a nazista e a socialista].
Segundo Markschies, "os anos marrons e vermelhos não foram um acidente. Trata-se de uma culpa histórica, que não poderá ser paga nem esquecida". O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, disse que a homenagem a Ranicki "é um reconhecimento tardio da culpa alemã".
"Dificilmente se encontrará alguém que tenha feito tanto pela literatura alemã da segunda metade do século 20 quanto o fez Marcel Reich-Ranicki", afirmou o ministro alemão da Cultura, Michael Neumann.
"Mágico do subjetivo"
Nascido em 1920 na Polônia, Ranicki tinha nove anos quando a família se mudou para Berlim. Devido à origem judaica, foi deportado em 1938, mas conseguiu sobreviver com sua esposa ao gueto de Varsóvia. O restante da família morreu nas câmaras de gás de Treblinka.
"Após a guerra, o crítico devolveu a literatura e a língua alemã como presente", disse Neumann. O orador e amigo de Ranicki, Peter Wapnewski, o classificou como um "mágico do subjetivo".
Ranicki disse que não sentiu "ódio nem indignação" ao voltar a Berlim, pela primeira vez em 1946. "Berlim também não me pareceu destruída. Eu vinha de Varsóvia". Perguntado como conseguiu sobreviver ao nacional-socialismo, ele respondeu: "Foi possível sobreviver porque eu tinha tanta coisa da literatura alemã na minha memória".
O próprio Ranicki já virou protagonista de romance – com papel pouco lisonjeiro – na Alemanha. Há cinco anos, revelações sobre sua atuação no serviço secreto polonês causaram polêmica no país.
© 2007 Deutsche Welle

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

História de São Valentim

Conta a lenda que Valentim era um padre que, no século III d.C., casava, em segredo, os jovens pares de namorados.

A Igreja Católica regista pelo menos dois santos com o nome de Valentim. Um seria bispo de Interamna; outro sacerdote em Roma. É possível que se trate do mesmo santo, que terá sido levado em martírio da sua cidade para a capital do Império. Além disso, segundo o “Martirológio Romano”, ambos foram decapitados na Via Flaminia e têm a sua festa a 14 de Fevereiro. Conta a lenda que Valentim era um padre que, no século III d.C., casava, em segredo, os jovens pares de namorados. O Imperador Cláudio II, reconhecendo que os melhores soldados eram solteiros, tinha proibido os mancebos de contraírem matrimónio. Valentim, ao ousar celebrar casamentos, foi descoberto, preso e condenado à morte por decapitação. Actualmente, a Igreja de Santa Praxedes, em Roma, guarda as relíquias do santo e é um destino de romaria de muitos pares de namorados. Há também referências a um Valentim que, na mesma época, ajudava os Cristãos a fugir da cadeia romana, onde eram muitas vezes torturados.

http://spg.sapo.pt/XdS/445387.html